terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Namoro agora!

       A mudança nos modos de se relacionar, e hoje entenda namorar, é quase que frenética, pelo menos nos últimos 20 anos está sendo assim
, a pressão que os meninos tiveram em reafirmar sua masculinidade e o advento da industria pornográfica contribuiu muito com isso (as mulheres também, reproduzindo exigências antes superadas nos anos 80) corpos sarados, mulheres lindas, homens com corpos esculturais, bebidas em excesso, violência e traição, mudaram o cenário em pouco tempo, e hoje nossa visão pós romântica foi por água abaixo.
       As afinidades estão limitadas a "ele/ela gosta de ir a praia","ele/ela curte viajar","ele/ela gosta de cinema","ele/ela é honesto" esse tipo de alinhamento social virou prerrogativas de um bom relacionamento. A superficialidade das relações descritas pelo sociólogo polonês Zigmunt Bauman, como, o surgimento dos relacionamentos por conexão, e não por laços, que aconteciam antes, desconstruiu tudo o que os casais tinha conquistado nos 20 anos anteriores quando os casamentos deixaram de ser arranjados o que se pensarmos hoje parece até animalesco.
       Logo, exigência de caráter pessoal mais profundos, viraram "frescura" ou a busca de um príncipe ou princesa que já não existe mais. O que numa versão mais contemporânea chega em um Camaro amarelo e paga seu salão e academia.
       A decisão de estar com uma pessoa, o que estava antes alinhada com, construir uma vida à dois, mesmo sabendo que não somos os mesmo, que substituía a tampa da panela que nossos avós diziam antigamente, mas hoje ela volta com tudo pois a busca desse engajamento mais profundo é dolorosa e exige muita força de vontade, energia e amor dos indivíduos, e é bem mais fácil achar essa tal tampa de panela.
       A pressão em se conviver com corpos "perfeitos" faz com que as pessoas foquem em enxergar alguma tensão ou ameaça desses indivíduos e me parece mais palpável e em muitas vezes até mais fácil malhar 6 meses quando o assunto é "seja menos egoísta", "seja mais tolerante", "reconheça suas fragilidades", "controle sua boca" e aqueles que exigem isso nos seus relacionamentos não são levados muito a sério e em muitas vezes são motivo de chacota por onde passam pois vivem numa mentira.
       Casais fieis são aqueles que se oprimem, pois o ser humano pornográfico é libertino e a qualquer momento vai encontrar alguém que "gosta de cinema também" e prontamente vai correr para os braços do outro e do outro e do outro.  
       O "ficar" ou "namorados felizes" que antes era o grande desafio do jovem adolescente gritando que sim ele tinha consciência, ou pelo menos queria ter consciência do seus sentimentos agora se torna uma coisa chata de fotos manipuladas e com mais de 300 curtidas no Instagran.   


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